sexta-feira, 15 de abril de 2011

DOENÇAS INFECCIOSAS TÍPICAS DA INFÂNCIA

Doenças de etiologia viral que costumam deixar imunidade permanente, sendo a maior incidência na primavera e inverno. Não existe tratamento específico, apenas a administração de medicações para aliviar sintomas, como a febre. porém é importante ficar atento à criança. Se ela apresentar: sonolência incomum, recusar beber líquidos, dor de ouvido, taquipnéia, respiração ruidosa ou cefaléia intensa faz-se necessário procurar um médico, pois estes são alguns sinais de alerta para possíveis complicações dessas doenças.
Sarampo
Via de Transmissão: aérea, pela mucosa respiratória ou conjuntival
Período de Incubação: 8 a 12 dias
Manifestações Prodrômicas: febre (geralmente elevada, alcançando o máximo no aparecimento do exantema), manifestações sistêmicas, coriza, conjuntivite, tosse, exantema característico, podendo apresentar também: cefaléia, dores abdominais, vômitos, diarréia, artralgias e mialgia, associados a prostração e sonolência, quadro que pode dar a impressão de doença grave. Um sinal patognomônico da doença é o aparecimento das manchas de Koplick - pontos azulados na mucosa bucal que tendem a desaparecer.
Manifestações Clínicas: as lesões cutâneas, aparecem no 14º dia de contágio, são máculo-papulosas avermelhadas, isoladas uma das outras e circundadas por pele não comprometida, podendo confluir. Começam no início da orelha, após 24 horas são encontradas em: face, pescoço, tronco e braços ,e após 2 ou 3 dias: membros inferiores e desaparecendo no 6º dia. As lesões evoluem para manchas pardas residuais com descamação leve. A temperatura tende a se normalizar no quarto dia de exantema.
Período de Transmissibilidade: começa 2 a 4 dias antes do período prodrômico e vai até o 6º dia do aparecimento do exantema.


Rubéola
Via de Transmissão: por via respiratória, através de gotículas contaminadas
Período de Incubação: 14 a 21 dias
Manifestações Prodrômicas: em crianças não existem pródromos da doença, mas em adolescentes e adultos, o exantema pode ser precedido por 1 ou 2 dias de mal-estar, febre baixa, dor de garganta e coriza discreta.
Manifestações Clínicas: 7 dias antes da erupção cutânea, percebe-se um aumento dos gânglios cervicais, retroauriculares e occiptais. As lesões cutâneas são máculo-papulosas, de coloração rósea e às vezes confluentes. Iniciam na face, pescoço, tronco, membros superiores e inferiores em menos de 24 horas. Na maioria dos casos, a erupção permanece por 3 dias. Existem muitos indivíduos que apresentam a infecção inaparente.
Período de Transmissibilidade: começa 1 semana antes do aparecimento de exantema até 5 dias após o início da erupção cutânea.
Importante: por ser uma doença teratogênica, recomenda-se que os indivíduos acometidos fiquem em casa evitando o contágio de mulheres grávidas.
Catapora (varicela)
Via de Transmissão: por contato direto, por meio de gotículas infectadas, mas em curtas distâncias. Também pode ser transmitido por via indireta, através de mãos e roupas.
Período de Incubação: 14 a 17 dias
Manifestações Prodrômicas: curto (24 horas), constituído de febre baixa e discreto mal-estar.
Manifestações Clínicas: exantema é a primeira manifestação da doença. As lesões evoluem em menos de 8 horas: máculas > pápulas > vesículas > formação de crosta. As crostas costumam cair em 7 dias até 3 semanas, se houver contaminação. Neste caso ou se houver remoção prematura da crosta deixa cicatriz residual. As lesões acometem predominantemente tronco, pescoço, face, segmentos proximais dos membros, poupando palma das mãos e planta dos pés. Aparecem em surtos de 3 a 5 dias, por isso pode-se visualizar em uma mesma área a presença de todos os estágios de lesão. A intensidade varia de poucas lesões, surgidas de um único surto, a inúmeras lesões que cubram todo corpo, surgidas em 5 ou 6 surtos, no decurso de 1 semana. A febre costuma ser baixa e sua intensidade acompanha a intensidade da erupção cutânea.
Período de Transmissibilidade: desde 1 dia antes do aparecimento de exantema até 5 dias após o aparecimento da última vesícula.
Importante: evite que a criança coce as lesões, evitando a contaminação local e cicatrizes residuais. Se a coceira for muita, procure um médico que indicará métodos para aliviar o prurido.
Caxumba (Parotidite Epidêmica)
Via de Transmissão: por via respiratória, através de gotículas contaminadas e contato oral com utensílios contaminados
Período de Incubação: 14 a 21 dias
Manifestações Prodrômicas: passa desapercebido, só se notando a doença quando aparecem dor e edema da glândula.
Manifestações Clínicas: aumento das parótidas, que é uma glândula situada no ramo ascendente da mandíbula. Pode afetar um ou ambos os lados do rosto. Irá se apresentar mole, dolorosa a palpação, sem sinais inflamatórios e sem limites nítidos. Com o edema da parótida há uma elevação da febre e dor de gargganta.
Período de Transmissibilidade: 3 dias antes do edema da parótida, até 7 dias depois do inchaço ter diminuído.
Importante: recomenda-se o repouso, sendo obrigatório para adolescentes e adultos, principalmente do sexo masculino.


Doença infecciosa endêmica e epidêmica, de origem bacteriana, sendo uma importante causa de morbi-mortalidade em crianças de baixa idade, principalmente em crianças não-imunizadas. Sua imunidade, também, parece ser permanente após a doença e não há influência sazonal evidente nos picos de incidência.
Coqueluche
Via de Transmissão: contato direto através da via respiratória.
Período de Incubação: varia entre 6 e 20 dias
Manifestações Clínicas: dura de 6 a 8 semanas, sendo que o quadro clínico depende da idade e grau de imunização do indivíduo. É dividida em estadios: (1) Estádio catarral - dura de 1 a 2 semanas e é o período de maior contagiosidade. Caracterizado por secreção nasal, lacrimejamento, tosse discreta, congestão conjutival e febre baixa. (2) Estádio paroxístico - dura de 1 a 4 semanas (ou mais). Há uma intensificação da tosse manifestada em crises, frequentemente mais numerosas durante a noite. (3) Estádio de convalescença - acessos são menos intensos e menos frequentes.
Importante: por ser uma patologia bacteriana faz-se necessário a introdução de antibioticoterapia e isolamento respiratório por 5 dias após o início da administração medicamentosa, ou por 3 semanas após o começo do estádio paroxístico, se a antibioticoterapia for contra-indicada.
Faz-se necessário a hospitalização de lactentes com problemas importantes na alimentação, crises de apnéia e cianose, e pacientes com complicações graves.
Procurar evitar fatores desencadeantes de crises como temor, decúbito baixo, permanência em recintos fechados e exercícios físicos. Procurar manter nutrição e hidratação adequada.

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